quarta-feira, 30 de abril de 2014

Valorização do Professor

A recuperação da dignidade remuneratória do professor universitário, que contribui para a formação todas as demais carreiras, tem sido objeto de debates e negociações no Estado do Amazonas. Representantes da categoria, junto com gestores, tem travado uma luta silenciosa para que um professor mestre 20 (vinte) horas, por exemplo, não continue ganhando menos que um cadete da Polícia Militar, que um professor concursado não ganhe tão menos que os estabilizados e de entidades incorporadas e para que um professor doutor não ganhe tão menos que um procurador da mesma entidade que trabalha. Construir cidade universitária e núcleos no interior é um orgulho para os amazonenses, mas a população tem consciência do custo da manutenção dessas obras depois de concluídas? Segundo estudos científicos, o custo da manutenção de uma obra equivale a 80% (oitenta por cento) do custo da mesma. Essa questão foi bem explorada quando justificado o porquê de não se construir mais creches no Município de Manaus, que não suportaria os encargos de manutenção para funcionamento das mesmas. Todas as carreiras foram valorizadas nos últimos anos no Amazonas. Mas e o professor de curso superior? De que adianta uma magnífica estrutura, belos prédios e o principal, que são aqueles que transmitem conhecimentos não serem valorizados? De que resulta a construção de mais núcleos, quando notadamente se tem alguns ociosos no interior do Estado? Se comparada a carreira de professor de graduação universitária com qualquer outra que exija os mesmos requisitos de conhecimentos técnicos e científicos, com certeza atualmente é a carreira mais mal remunerada. Considerada a importância de um professor universitário, não existe outro caminho que não seja reconhecer que o investimento nessa carreira é um investimento nas futuras gerações. Por outro lado, quantos dessa mão de obra altamente qualificada, não sendo dignamente remunerados, atravessarão a belíssima ponte para ministrar aulas no município de Iranduba quando a Cidade Universitária estiver pronta? Quantos vão continuar a envelhecer precocemente, prejudicar sua saúde, para transmitir conhecimento de qualidade, quando a remuneração não condiz seque com o investimento que se tem que fazer em atualização? * Esse texto foi publicado na coluna semanal, do jornal A Crítica, aos 18.04.2014.

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