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segunda-feira, 21 de março de 2016
Pedido de Impeachment
A autorização para abertura do processo de impeachment contra a Presidente da República Federativa do Brasil, Dilma Roussef, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, repercutiu intensa e negativamente no cenário internacional.
O diário espanhol El País deu destaque ao fato, divulgando em seu site como manchete principal no início da noite desta quarta (2), destacando que o processo contra a presidente se baseia em "manobras fiscais" do governo federal praticadas durante este ano. O periódico espanhol cita, em sua reportagem, que Eduardo Cunha teria alegado que não dava andamento ao processo de impeachment por "motivação política", mas ressaltou que, mais cedo, a bancada do PT na Câmara havia anunciado que iria votar pela continuidade do processo de cassação do presidente da Câmara no Conselho de Ética, portanto, deixando claro haver assimilado a verdadeira motivação.
No portal de um dos principais jornais britânicos, o The Guardian, a notícia foi divulgada também na home, ao lado da principal manchete sobre tiroteio na Califórnia. Em sua matéria, o jornal destaca que "o Brasil afundou em sua pior crise política deste século após o presidente da Câmara ter aceitado o pedido para abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff".
O site do The Wall Street Journal, importante jornal americano, colocou uma foto da presidente Dilma em destaque em sua seção de notícias internacionais, abaixo de notícias sobre atualidades, negócios, mercados e vida cotidiana. Na matéria, liberada apenas para assinantes, o jornal destaca que Eduardo Cunha afirmou "não estar feliz" tendo que tomar essa decisão.
O jornal argentino El Clarin afirmou que o caso “provoca uma grande incerteza jurídica, acentuando uma crise que se prolonga desde o início do ano”.
Outros veículos de comunicação de diversos outros países divulgaram a baixa popularidade da Presidente, apontando como principal motivo ela haver enganado o povo sobre a real situação econômica do país para se reeleger, além do rombo fiscal e orçamentário descoberto na análise das contas de Dilma Roussef pelo Tribunal de Contas da União.
A repercussão internacional, todavia, não ocorreu apenas na mídia. Ante a instabilidade política atual no país, já se fala em rebaixamento do Brasil pelas agências de classificação internacional e perda de investimentos, o que pode agravar, ainda mais, a situação econômica do país.
*** Esse texto foi publicado na coluna semanal do Jornal A Crítica, aos 04/12/2015.
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