domingo, 8 de novembro de 2009

Assédio Moral no Trabalho - 19/09/2008

Ainda sobre o tema Assédio Moral, prática abominável no âmbito doméstico (por pais e companheiros), educacional (por diretores e professores) e do trabalho (por colegas e chefes), abordarei agora os maus tratos a trabalhadores que são intimidados e humilhados diariamente, numa total inversão de valores, onde quem deveria ser punido, na verdade, é aquele que ameaça, que maltrata, que humilha. Esse tema ganhou amplitude com a divulgação da pesquisa de mestrado em psicologia da Dra. Margarida Barreto, “Uma jornada de humilhações”, defendida em 2000 na PUC/SP.

A manipulação perversa e a tortura psicológica, molestando, perturbando, importunando, com contínua e ostensiva perseguição ao assediado, ocorrem diariamente nos ambientes de trabalho, do setor privado ou público. Esses conflitos de comunicação seja entre colegas ou entre superiores e subordinados (forma mais comum), desestabiliza o ambiente de trabalho, forçando a vítima, muitas vezes, a dele desistir ou se aposentar mais cedo. O trabalhador passa a ser agredido, numa relação desumana, aética e hostil. Essa conduta atenta contra a dignidade humana, o direito de personalidade e a integridade física, psíquica e moral, pois nenhum comportamento, ainda que configure infração administrativa, justifica esse tratamento, posto haver os meios legais de se buscar a responsabilidade administrativa, com o devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

Uma nova forma tem sido por meio da ilegal e abusiva quebra de dados, violação de ambiente de trabalho e uso de câmeras internas, verdadeiras ABIN´s, onde servidores são “monitorados” e simples comunicações são interpretadas distorcidamente, maximizando a dimensão de fatos irrelevantes, com a finalidade de intimidar o servidor. Seria maravilhoso que esse zelo inquisitorial fosse tomado em relação a quem utiliza o dinheiro público de forma indevida.

Qualquer que seja a forma utilizada, inclusive a de isolamento, é um dos principais fatores de desestímulo à produtividade, eficiência, iniciativa e criatividade do trabalhador. Em qualquer caso, “cada um no seu quadrado” ...

Jornal A Crítica de 19/09/2008

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