domingo, 8 de novembro de 2009

TV Cultura e Vergonha Eleitoral - 25/09/2008

Em decorrência da abordagem do tema “Assédio Moral no Trabalho”, tratado neste espaço na semana passada, servidores com mais de dez anos de casa, da Fundação Rádio e TV Cultura do Estado do Amazonas, que se encontram há treze anos sem aumento de salário e se mobilizam em busca das reivindicações da classe, procuraram o Ministério Público Estadual (MPE-AM) e do Trabalho (MPT), tanto em busca de mediação para as reivindicações salariais, como para denunciarem que estão sendo vítimas de represálias em face da luta legítima por seus direitos, com práticas abusivas como afastamento de jornalistas de programas com desvio de função, abordagens constrangedoras e advertências verbais (verdadeiras ameaças), tudo isso sem o devido processo legal, aliás, tal prática, se comprovada, pode configurar até improbidade administrativa.

A disposição e dedicação desses funcionários que se empenham no cumprimento de seu dever funcional há anos, sem as mínimas condições de trabalho – realizando suas atribuições com equipamentos velhos e sucateados, muitas vezes com as famosas “gambiarras” – sensibilizaram os membros do MPE-AM e MPT que realizaram o atendimento. Segundo relato, alguns deles, com defasagem salarial de mais de 180%, se dirigem ao trabalho a pé, vindos de longínquos bairros, por não terem condições econômico-financeiras de arcarem com as despesas de transporte a fim de cumprir sua jornada de trabalho, outros tiveram separações familiares como decorrência da crise financeira, mesmo assim, tem sido tratados como agitadores e até - pasmem leitores - como possíveis sabotadores caso a emissora venha a sofrer algum tipo de dano.

Ao mesmo tempo, toma conta dos noticiários manauaras uma vergonha sem precedentes durante uma campanha eleitoral amazonense, na qual entes familiares são envolvidos em hipóteses que atingem a honra, a dignidade e a vida privada, tanto por meio de e-mail (esse eu já tinha visto circulando na net) e agora um DVD, além de acusações de crimes, insinuações de chantagem e violência. Até que ponto poder, dinheiro, álcool/drogas e vingança levam as pessoas?

Jornal A Crítica de 25/09/2008

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